sexta-feira, novembro 04, 2011

Vem Meu Amor

Em alegria,
canto pulando
na tristeza,
sorrio chorando
estou assim
começando a
viver bem.
Não sei que é,
sei que vem,
de longe ou
perto,
não sei quem é,
sei que tem,
amor em si,
afagos para mim.
Decido-me rápido
a estar contigo,
e com delongas
a ir embora de
teu abrigo.
Sensível,
Amante invisível
de seu sonho
distante.
Dedico-me
ao amor amigo
que vem,
de onde não sei,
sei que vem.
Com força e
carinho,
rosa e espinho
vem meu amor.

No Embalar

Embalo-me em pensamento
e me perco no tempo
não vendo a vida passar.

Embalo-me na vida
e vejo a mulher
chegar, ficar e chorar.

Embalo-me na lágrima
que vi cair e choro,
choro por chorar.

Embalo-me no riso
que me arranca riso,
rio pra não chorar.

Embalo-me em frio,
que com vazio
fazes-me parar.

Embalo-me novamente
para ver tua boca
a suspirar.

Embalo-me no coro
que me fazes cantar
silenciosamente.

Embalo-me enquanto
posso, até que a morte
venha me amar.

O Faça

Debruces teu rosto em minh'alma
Torne-se próxima de minha intimidade,
Tenha-me em tua palma
Veja-me como prioridade..

Pranteie-se em meu colo
Alimente vontade
Fecunde o meu solo
Com tua verossímil verdade.

Quando pousas tua mão aveludada
Sob a minha solitária
Sinto paz não camuflada
Euforia autoritária..

Caneta da Vida

Desde tão cedo
Aprendemos a sentir.
Tão cedo quando
Aprendemos a mentir.
Desde tão cedo
Aprendemos amar.
Tão cedo quanto
Aprendemos a falar.
Quanto ao ódio...
O aprendemos...
Não tão cedo! Mas
Aprendemos a odiar...
Não tão cedo quanto
Aprendemos
A pensar.
O ódio é um
Amor sombrio,
Uma tristeza morta,
Um desatino frio,
Que fecha a sua porta.
Já a esperança é
Um sentimento claro
Que ilumina o sombrio amor,
Perfuma-o com a flor e
Mostra-te que a caneta da
Sua vida sempre está
Em suas mãos.
Procure sentir todos
Os sentimentos,
Mas não procure estacionar
Nos piores... Você é quem
Escreve a sua história.
Você e sua vida é
Como se fosse a
Caneta e o papel.
Para que a tristeza fique
Basta dizer “fique tristeza”.
Para que ela vá embora
Basta dizer “tragam-me mais whisky”.

terça-feira, março 29, 2011

Quando o sono não vem

Quando o sono não concede-me
O ar de sua graça pelo anoitecer,
Pensamentos breves, ideias pequenas
Convidam mais e mais ideias e pensamentos
Para se deitarem comigo, perfumes, odores,
Não se deitam junto de mim devido
A necessidade quem tais tem
De estarem sempre livres ao ar.
Lembranças e rostos antigos
Turvos do passado,
Ah! Estes fazem questão
De me fazerem companhia
Até que o sono chegue.
A estas alturas ele ja vem vindo,
Vem a pé eu suponho,porém,
Creio que até o fim de minhas palavras
O sono deva chegar.
As faces do tédio trocam algumas
Palavras comigo, empolgam-se
E vão ficando até que algo acuda-me e ocupe-me.
Fui até a janela, contemplei a chuva,
Procurei um passarinho, dois, três..
Enquanto espero meu amigo sono aparecer.
Em hora perguntei-me se houve sono
Por parte do meu sono e ele adormentou-se
No caminho e esqueceu-se de mim.
Procurei lágrimas para chorar,
Sorrisos para esbanjar, procurei apressar o tempo.
Disse ao tempo que outrora
Quando me tinha nos braços
De uma doce criatura ele corria sem cessar,
Mesmo lendo nos meus olhos
Que minha vontade era de que ele
Se assentasse e me assistisse ser feliz.
Agora quero que corra, ele decide se assentar
E me assistir desatinar.
Minhas chinelas ja se cansaram
De meu pés, talvez o sono delas
Já tenha chegado,
E o meu onde está ?
Sera que parou para beber
Alguns tragos em um bar?
Encontrou alguém melhor
Para adormentar?
Ah! Sono meu, maldito!
Tu que não veio me acudir,
Deu-me sono de tanto lhe esperar
E hoje me irei dormir sem ti.

quinta-feira, março 10, 2011

Consolo Enxuga Lágrimas

Se pudesse eu trazer aqui o canto dos pássaros, o coro dos rios, eu os traria, não podendo os trazer aqui para melhor pincelar o cenário do causo que irei vos contar, limito-me a dizer que és um remanso intenso e bonito.
Sol, calmaria, dia belíssimo. Um nascimento. Esperem um minuto, desculpem-me por ainda não vos contar o nome do lugar que acabara de receber uma criança, o lugar autor de tanto remanso se chama “Estrela”, localizado no estado “Céu”, perdoem-me a ironia e a falta de criatividade para com nomes fictícios, não capturei nome melhor, e o original ficaria pior.
Tornando ao dia do nascimento de uma moça bonita, esbelta, robusta e mais tardar muito risonha. Agora não me demorarei em revelar o nome para que não me esqueça novamente, pois como pensava Mário de Andrade, “ O passado é lição para se meditar, e não para se reproduzir”. A moça se chama “Jeinifer de Albuquerque”.
Desde pequena o calor da família lhe era próximo e muito íntimo. A menina assim cresceu e se tornou dengosa e amável também para com os outros. Adora a casa em que mora e aos amigos que estas a fazer com apenas cinco anos de idade, fã de cinema e muito lhe agradavam os poemas.
Quinze anos é a idade da menina agora, não te desespere o tempo passa depressa somente em história ou dias magníficos. Jovem ainda, porém, a inteligência que possuía não se casava com sua idade, era uma mulher com roupa e corpo de menina, mas acreditem, já era uma mulher. Apanhava borboletas e contemplava-as em sua mão, soltava-as e contemplava-as olhando-as ao vento. As chuvas muito lhe divertiam, fortuitamente perguntou um dia a seu pai Antero(não o de Quental, esse é outro Antero):
- Papai, chuva é lágrima de nuvem ?
- Sim, minha pequena, o pranto das nuvens colhe os sorriso das flores que tu gosta tanto – Respondeu Antero com zelo e riso.
A resposta muito agradou a pequena que agora gosta ainda mais das flores por terem uma paixão em comum, a chuva.
Em um dia a beleza frequente dos dias se ausentou, este era um dia diferente, um pouco nublado e um pouco escuro. D.Manuela, mãe de Jeinifer entra enlouquecida na sala a lançar palavras ao ar:
- Vamos todos nos mudar, deixaremos a manhã a cidade “Estrela” – Disse afirmativamente D.Manuela.
- E para onde é que iremos – Triste e curiosa indagou Jeinifer.
- Ainda não sei, o que sei é que o remanso desta cidade esta por me enlouquecer – Desabafou Manuela.
A pequena as pressas saiu correndo para fora como se tivesse o dever de se despedir de tudo, das árvores, peixes, dos futuros cândidos amores que ali faria.
Assim como informou D.Manuela todos mudaram-se na manhã seguinte, foram para a cidade de “Girassol”, localizada no estado “Confusão”. O autor desses nomes exóticos deve de divertir, você por acaso morou no estado “Confusão” ? Certamente sim, ainda não estou inteiramente louco.
Novo lugar, vida nova, isso atrapalharia a felicidade e a graça que moravam no coração da pequena? Pois sim, como mencionei no quinto parágrafo ela agora tem quinze anos e é dai para adiante que a criança começa a perder o maior tesouro existente no mundo, a inocência.
Na vida encontramos muita coisa, exceto a inocência q se perde ao longo da vida e não nos acompanha até o ato de falecimento.
Nesta nova fase da vida de Jeinifer ainda não fizera amigos, então a vida lhe apresentou um de seus filhos, a solidão, que acabou por fazer uma amizade breve com Jeinifer. Começando os estudos, conheceu e fez novos amigos, os breves, os brevíssimos e os eternos. Delineava-se ali outra fase de sua vida.
Pouco sentimento os brevíssimos derrubaram em seu coração, tão pouco desejava ela doses maiores. Os eternos se mostraram em aspectos traiçoeiros e mesquinhos, mas o que se poderia fazer? Eram assim os eternos.
Fagulhas de descontentamento estavam ao colo da pequena, que chorava, recusou as lágrimas mas estas não se importaram com a rejeição e se vieram, a família inteira, a pequena chorava tanto que se eu não soubesse nadar morreria agora e a história não poderia terminar. Desculpem-me por ser enfático demais, mas de fato ela chorou..chorou.. Era a saudade de suas árvores da terra natal, dos peixes e dos cândidos amores que la nunca pudera fazer devido a sua mudança.
Eis que aparece um jovem na vida da pequena, o menino realmente não era bonito, mas era o autor de pensamentos interessantes.
A pequena só via escuridão no céu que a muito lhe fizera sorrir outrora, quando mais jovem. O jovem atendia pelo nome de Pablo assim como o nome de seu autor.
O menino assistindo tamanha tristeza por parte da pequena disse-lhe algumas palavras:
- Hoje o céu amanheceu risonho, feliz encantador, se me deparo e olho com mais atenção, vejo teu semblante fazendo companhia a lua e suas estrelas – Exclamou Pablo com zelo e gosto.
A menina trocou o pranto incessante por um sorriso largo e gostoso de se ver, achou tão bonitas as palavras de Pablo que não se conteve e sorriu.. sorriu..
O menino ainda disse mais:
- Tua arte de criança não é criancice, é fruto de alegria em meninice, não apanho tuas lágrimas como fraqueza mas como um simples desabafo e cena de pintura, que se fosse eu pintor, te juro, eu lhe pintaria – Exclamou Pablo todo em riso.
A pequena estava abismada com a peraltice do menino, era abusado e muito inteligênte, sem que ela notasse estava tão feliz quanto estava no estado de “Céu”.
Em certo instante com um ar de curiosidade pergunta o pequeno:
- Porque teu coração não és um livro?
- Ora! Por que és um coração. – Retrucou Jeinifer rindo.
- Se fosses um livro a cada manhã eu o leria ao acordar e ao anoitecer, antes de me deitar.
A pequena sorria. Sabe que da vida os momentos mais inesquecíveis são momentos como este, a memória não se esforça em os guardar, eles que insistem em ficar.
O advento de uma vida nova na vida de Jeinifer com certeza a fez muito bem. Pablo era um menino singular, era muito curioso e também afetuoso. A pequena não sabia de onde havia saído aquele menino que aparecera muito fortuitamente, mas sabia que já gostava muito dele. Em casa pensava consigo mesma em fazer mil ou talvez mais perguntas ao pequeno. A luz de seu quarto lucilava, até que se apagou de vez e fez com que a pequena adormecesse.
Pela manhã cai um meteoro de força desconhecida na casa de Jeinifer, sua mãe mais uma vez vem por lançar palavras no ar mas dessa vez eram palavras pesadas e tristes para os seus entes. Momentos que jamais foram esperados dentro daquela família, houve o episódio da mudança é verdade, mas não se compara ao que vais ler em breve.
D.Manuela dizia não conseguir mais fechar os olhos em sequer uma noite, dizia ter um remorso intenso e doloroso, resolveu emanar aquela noticia de si, mesmo que as consequências dessem continuidade a sua insônia. Sem se alongar mais pediu que Antero se sentasse junto de si, talvez seria o último juntos da vida do casal. Onde se encontra um pintor para que possa ir registrando esses momentos singulares desta história ? Se tu que agora me lês for pintor, faça esse obséquio.
D.Manuela com a voz tensa e um pouco rouca disse a Antero:
- Jeinifer, não é sua filha, quando morávamos em nossa antiga casa cai em um pecado, em uma noite pela madrugada afora me encontrei com um antigo amigo seu de colegial conversamos tanto que caímos em um clima que avançava e muito o estágio amistoso. Por isso quis sair as pressas daquele lugar, lhe pesso perdão querido.
- Que os meus sentimentos de paz para contigo não se sujem com sua noticia sórdida. Com meu sangue ou não aquela pequena é minha filha, pela manhã irei para outro lugar repousar meus pensamentos e refletir, lhe agradeço por não ter mencionado o nome de meu falso amigo de infância. – Disse Antero calmo e frio.
D.Manuela ficou pasma e ao mesmo tempo aliviada, sabia que ainda não lhe acolheriam as noites de sono, mas fez o que o peito bradava.
Para a pequena o mundo havia desabado, ninguém havia lhe contado ainda o que acontecera mas seus passos silenciosos a permitiram ouvir todas as palavras de sua mãe.
Correu para um ermo qualquer, buscava um instante de tranquilidade para acalmar sua cabeça que doía de um jeito que não posso escrever, mas digo que nada mais é doloroso que se não a própria dor.
Contudo, não esquecera do pequeno menino, e como esqueceria, o momento pedia ele e ela não sabia onde o encontrar, as mil perguntas que moravam provisoriamente em sua cabeça permaneciam la, não viu mais o menino desde que o conhecera. Tão pouco conhecimento a respeito de Pablo o fizeram um menino misterioso, sendo assim para ela mais interessante. Sonhava com uma paixão de livro ou novela, algo intenso que apagasse do peito os escritos doloridos com uma boa borracha para no lugar tatuar um grande amor.
Jeinifer já se encontrava em desatino quando Pablo mais uma vez aparece para lhe amparar as lágrimas, mas dessa vez não com suas palavras, mas com o calor de seu corpo e de seu amor que brotava e crescia assim como planta no coração do pequeno. Sim é certo que era apenas o segundo encontro dos dois, mas o coração deles não precisou de mais para logo se entender. Se não entendes um amor assim nunca assistiu novela ou foi criança um dia.
O romance dos dois começava a tomar forma assim como o corpo dos jovens. Os estigmas dos acontecimentos particulares de Jeinifer de fato perderam lugar para o amor de Pablo, porém nunca esqueceu-se de seus pais. Depois de sair de casa o pai passou a morar sozinho mas nunca se afastou de Jeinifer e espantosamente também não de Manuela. D.Manuela vive sozinha em uma agonia de despertar pena em qualquer um, mas se mantém disponível a Jeinifer e Antero.
O tempo passou e agora a pequena vais fazer vinte e oito anos, a partir daqui não posso mais me referir a ela como pequena, agora és uma mulher feita com roupa e corpo de mulher, embora ainda guarde consigo muito de sua meninice.
Pablo por sua vez é mais velho, tens já completado trinta anos, seus mistérios foram todos descobertos pelas mãos tateantes e curiosas de Jeinifer, seu ar de mistério se perdeu, mas não seu esmero e afeto que sempre se mantiveram intactos.
Jeinifer sempre estudou e chegou aos seus vinte e oito anos de idade formada em pedagogia, e adorava um bom livro que lhe rendesse boas ideias para devolver para Pablo um pouco dos graciosos carinhos que habitavam em seus versos.
Em alguns anos Jeinifer casa-se com Pablo que veio a ser poeta, para Jeinifer ele era um poeta particular,o poeta de uma única mulher. Muito tempo depois daquelas mil perguntas elaboradas na cabeça de Jeinifer teve tempo de fazer cada uma, até passou disso. Descobriu o nome da cidade que o atual nobre poeta Pablo nascera, a cidade chama-se “LuaSol”.
Vês leitor? Quanta ironia minha falta de criatividade para com os nomes de cidade se puseram a propor.Lembra-te ainda o nome da cidade que nascera a pequena Jeinifer? Se não te lembras irei lhe recordar, chamava-se “Céu”, meto tudo assim em aspas pois nunca vi cidades de tal nome, somente as deste conto.
Enquanto dia quem está próximo do céu é o sol, e quando noite acontece o mesmo com a lua, as duas cidades beberam de minha ironia e fizeram-se certa uma para com a outra, e os jovens um para com o outro próximos tanto quanto o amor lhes permitia ser.
Os ardentes desejos virgens ainda de sexo de ambas as partes foram saciados conjugalmente. Sim, um amor bonito como esse não poderia deixar de ter um fruto, um filho. Daria-vos alguns detalhes do caso sexual em que ambos eram virgens e apaixonados, mas desconheço vossa idade e creio que então já vos contei o bastante.
O pequeno filho veio algum tempo depois e deram-lhe o nome de Olavo, um pouco pelo gosto que tinham pelo escritor Olavo Bilac, e um pouco pela sonoridade suave e bela que o nome carregava.
O menino assim como sua mãe era corriqueiro, brincava com as borboletas e se zangava com as abelhas que metiam ferrão aos dedos por querer tê-las em sua mão para contemplar. Acordei sua reminiscência? Exatamente assim era sua mãe, mas talvez ela fosse mais esperta que contemplava em sua mão as borboletas e não as abelhas. Semelhanças com sua mãe em arte de infância, em sua profissão não houve semelhança com de sua mãe tão pouco com a do pai, Olavo se tornou músico.
Não carregava consigo versos apaixonados como os do pai, não se pegou a tentar compor, apanhou os do pai, fez música. Melodias agradáveis emanavam do violão de Olavo, canções belas como as de Chico Buarque.
A família nunca fugiu do equilíbrio e paz que habitava em sua casa, afinal, porque fugir desse clima harmônico, se esta tudo tão bem assim...

quarta-feira, março 02, 2011

Composição

O que compõe minha composição?
Minhas mãos, oh!
A minha direita dedilha as cordas,
A esquerda constrói o acorde..
Sim, eu toco violão,
Agora só me falta
Tocar teu coração...
Sente comigo
Ouça de meu instrumento
O que não se consegue sair
De minha voz..de meu silêncio..
Quanta omissão caro compositor,
Vá, ande, toque teu violão..
Sim, eu toco violão, só me falta..
Que seria de minha vida,
Se não fosses a poesia..
Sem ela eu não saberia,
Eu não saberia tocar violão,
Tão pouco..teu coração..

domingo, fevereiro 27, 2011

Sorrisos

Muito me espanta,
a tamanha facilidade que tens,
de me colher sorrisos..

Brincando de Amor

Talvez tu me ame..
Ama-me de mansinho,
Ama-me de quietinho
Minhas palavras lhe vestem
Assim como meu carinho..

Como refrão
Entras em meu coração, a cantar..
Lhe tenho como,
A melodia do lembrar..

Sou o eu do teu amor,
És o eu de minha flor
Só não lhe digo feliz,
Pois só o que tenho a rimar é nariz..

Emendo ideias velhas
A ideias novas,
Tenho algumas feias
E outras mortas..

Pela manhã digo-lhe, bom dia,
A ti e a distância entre nós..
Talvez, se estivéssemos a sós,
Tu me amaria..

Com uma lágrima vem o pranto,
Com o sorriso
Se vem o manto
Disposto a lhe abrigar..

Minha melodia do lembrar,
Meu amor sem me amar,
Me leva para brincar,
Brincar de nos amar..

Meu alento mais preciso
Meu amor mais indeciso,
Me leva para brincar,
Brincar de te amar..

Brinquei com o amor,
Que nunca quisera me dar,
Brinco com a chance de tu me amar,
Brinco com a felicidade, pois,
Quem brinca, feliz pode ficar.

sábado, fevereiro 26, 2011

-1beijo

Muita vez casa-me uma vontade,
de recordar o sabor do beijo.
Que você nunca me deu...

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Criancilidade

" Feliz seria eu,se me contaminasse,
com o sorriso descontrolado,
daquela criança.."

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

"o tempo alimenta e faz crescer a ausência"

Dias

se todo hoje fosse como ontem,
se todo amanha fosse como hoje
viveriamos sempre defasados ?

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Dor

A dor beija- me intensamente,
Não tenho o menor amor para com ela.
A dor deliba minha estrutura,
Desestrutura o que toca.
A dor me ama, me ama, me ama...
A música me toca, me toca , me toca...
Profundamente, somente a dor..
O tempo inibe a marca da dor,
Na pele,
Quanto ao coração,
Marcas jamais serão apagadas
Ou escondidas...

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Por vez

Muita vez me faço assim todo preguiçoso,
Muita vez me faço ladrão (atrapalhado) de versos,
Muita vez, apenas te busquei, a ti e tua atenção completa.
alguma vez me fiz esforçado , preocupado,
Oh! Deus, em vezes tudo que acudiu-me foi o travesseiro.
O tempo a todo tempo bate em minha janela por assim dizer :
- hei moleque preguiçoso, te despede da cama,
já está em hora de tu recorrer a teus autores,
um há de te “emprestar” alguns versos,
para que de uma bela menina tu venha a colher um belo sorriso
E brilho de olhar.
Por agora venho a me fazer esforçado,
A todos os cantos busco os mais lindos versos,
se me encontro triste visito os livros de Alvarez de Azevedo,
Se feliz a Carlos Drumond de Andrade.
Por agora abestalhado,
enquanto as pernas de meus anos eram bastante curtas,
as da imaginação e criatividade também.
Eu pegava um verso de um bom autor, bagunçava um pouco,
lia uma palavra ou outra de minha cabeça e enfiava por ali ao meio,
sim eu plagiava os versos,
as meninas desinteressadas por leitura, fácil seria dizer-lhes :
- Vim a trazer-lhe alguns versos que nasceram em minha mente
devido a sua suavidade e encanto.
Pela noite, deixo os poetas se descansarem de meus furtos,
enquanto durmo escrevo os meus próprios versos,
por outrora despido-me novamente da cama sem trazer comigo os versos,
desculpe-me leitor a memória também tinha perna curta.
Ao amanhecer atrevo-me a fazer tudo novamente,
a disponibilizar em mim um espaço a preguiça, a abestalhagem.
Gostaria de vos dar um abraço de ternura, poetas,
que por tempo imenso ajudaram-me.
Se lhe arrancasse um sorriso daria a ti, Alvarez de Azevedo,
Um bocado de flores, apesar de suas murchas flores haverem convidado as lágrimas
a saírem de mim por um instante.
A Oswald, com um sorriso largo diria :
algum dia de mim venha a “emprestar’ algum verso,
para compensar todos aqueles que de ti emprestei,
de ti e de também Machado de Assis.

O Rio e a Árvore

O rio, passeia, corre pra todo lado, e nunca se dispõem a ouvir alguém..
A árvore se economiza em correr e também não se dispõem a ouvir...
O rio passa por diversos lugares e não se tem a ver...algo ou alguém..
A árvore se tem no mesmo lugar, se tem nada a olhar...se não ver o rio passar.
O rio namora com as pedras e não se atreve a tatea-las.
A árvore se namora com a terra, e não se atreve a tatear.
Enquanto o rio viaja um mundo a árvore se limita a assisti-lo passar.
O rio não observa a árvore, e a árvore nada tem mais se não observa-lo.
O rio é tão próximo e tão distante.
a árvore é sempre mesmo lugar.
O rio pode lhe matar, a árvore também, porém,
O rio pode lhe banhar,acolher, a árvore também.
O rio e a árvore não se tem sentidos,
e são assim tão semelhantes a nós humanos.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Imaginação

Vê-se ali entre terra e
chuva, um sofá
esburacado.
Quanta besteira
de minha parte,
assim dizer, um sofá.
Um menino
cochichou-me aos ouvidos
que és um lindo
caminhão amarelo.

Dinheiro

Da boca do famoso
qualquer palavra
torna-se popular.
Quando trata-se
Do alguém sem dinheiro
tem-se a boca a calar.
O dinheiro não conhece ninguém,
todos o conhecem.
Ao dinheiro não cabe dizer uma palavra,
por ele, dizem todas.
O dinheiro não pensa,
pensam nele.
Ele não cuida,
cuidam dele.
Ele não cria,
criam ele.
Ele não vive,
vivem dele.
Ele não importa-se,
importam-se com ele.
Ele não é a mulher ou o
homem de teus sonhos.
Porém, és alguém de
quem tu eis que sempre tem sonhado.
Ele não morre por ninguém,
muitos se morrem por ele.
O dinheiro é egoísta ?
Não, ambíguo amigo,
o egoísta é você.

Transformação de uma Rosa

Uma linda rosa branca,
a rosa da paz.
O que acontece se o sangue
de violência se derramar sobre ela?
Nascerá a rosa da paixão,
eis que agora a rosa é vermelha.
Assim se faz o amor,
ele nasce do sangue,
do sangue da dor.
Alguns escondem-se,
do amor,
da dor, ao menos assim pensam..
Dirigem-se ao álcool,
um álcool misturado a lágrimas...

sábado, janeiro 01, 2011

O Sol

Em horas o sol esconde-se,
foge da chuva.
Seus braços e suas pernas,
tenazmente brilhantes e calorosos.
Em horas o sol não se esconde mais,
casa-se com a chuva
e nos propõem o famoso casamento de viúva.
O sol em horas nos defronta,
traz luz a pálidos rostos hostis.
A nuvem, querida mamãe da chuva,
quando se da conta da separação
entre sol e chuva,
da a luz a raios pavorosos.
Quanto ao sol não se da ao luxo
de entristecer-se.
Pela manhã, após toda a tempestade,
se vem a brilhar novamente.

Secreto

O maior segredo profundo e estranho
está sempre guardado,
em uma caixa sem abertura.