terça-feira, março 29, 2011

Quando o sono não vem

Quando o sono não concede-me
O ar de sua graça pelo anoitecer,
Pensamentos breves, ideias pequenas
Convidam mais e mais ideias e pensamentos
Para se deitarem comigo, perfumes, odores,
Não se deitam junto de mim devido
A necessidade quem tais tem
De estarem sempre livres ao ar.
Lembranças e rostos antigos
Turvos do passado,
Ah! Estes fazem questão
De me fazerem companhia
Até que o sono chegue.
A estas alturas ele ja vem vindo,
Vem a pé eu suponho,porém,
Creio que até o fim de minhas palavras
O sono deva chegar.
As faces do tédio trocam algumas
Palavras comigo, empolgam-se
E vão ficando até que algo acuda-me e ocupe-me.
Fui até a janela, contemplei a chuva,
Procurei um passarinho, dois, três..
Enquanto espero meu amigo sono aparecer.
Em hora perguntei-me se houve sono
Por parte do meu sono e ele adormentou-se
No caminho e esqueceu-se de mim.
Procurei lágrimas para chorar,
Sorrisos para esbanjar, procurei apressar o tempo.
Disse ao tempo que outrora
Quando me tinha nos braços
De uma doce criatura ele corria sem cessar,
Mesmo lendo nos meus olhos
Que minha vontade era de que ele
Se assentasse e me assistisse ser feliz.
Agora quero que corra, ele decide se assentar
E me assistir desatinar.
Minhas chinelas ja se cansaram
De meu pés, talvez o sono delas
Já tenha chegado,
E o meu onde está ?
Sera que parou para beber
Alguns tragos em um bar?
Encontrou alguém melhor
Para adormentar?
Ah! Sono meu, maldito!
Tu que não veio me acudir,
Deu-me sono de tanto lhe esperar
E hoje me irei dormir sem ti.

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