quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Por vez

Muita vez me faço assim todo preguiçoso,
Muita vez me faço ladrão (atrapalhado) de versos,
Muita vez, apenas te busquei, a ti e tua atenção completa.
alguma vez me fiz esforçado , preocupado,
Oh! Deus, em vezes tudo que acudiu-me foi o travesseiro.
O tempo a todo tempo bate em minha janela por assim dizer :
- hei moleque preguiçoso, te despede da cama,
já está em hora de tu recorrer a teus autores,
um há de te “emprestar” alguns versos,
para que de uma bela menina tu venha a colher um belo sorriso
E brilho de olhar.
Por agora venho a me fazer esforçado,
A todos os cantos busco os mais lindos versos,
se me encontro triste visito os livros de Alvarez de Azevedo,
Se feliz a Carlos Drumond de Andrade.
Por agora abestalhado,
enquanto as pernas de meus anos eram bastante curtas,
as da imaginação e criatividade também.
Eu pegava um verso de um bom autor, bagunçava um pouco,
lia uma palavra ou outra de minha cabeça e enfiava por ali ao meio,
sim eu plagiava os versos,
as meninas desinteressadas por leitura, fácil seria dizer-lhes :
- Vim a trazer-lhe alguns versos que nasceram em minha mente
devido a sua suavidade e encanto.
Pela noite, deixo os poetas se descansarem de meus furtos,
enquanto durmo escrevo os meus próprios versos,
por outrora despido-me novamente da cama sem trazer comigo os versos,
desculpe-me leitor a memória também tinha perna curta.
Ao amanhecer atrevo-me a fazer tudo novamente,
a disponibilizar em mim um espaço a preguiça, a abestalhagem.
Gostaria de vos dar um abraço de ternura, poetas,
que por tempo imenso ajudaram-me.
Se lhe arrancasse um sorriso daria a ti, Alvarez de Azevedo,
Um bocado de flores, apesar de suas murchas flores haverem convidado as lágrimas
a saírem de mim por um instante.
A Oswald, com um sorriso largo diria :
algum dia de mim venha a “emprestar’ algum verso,
para compensar todos aqueles que de ti emprestei,
de ti e de também Machado de Assis.

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